Desde a primeira vez que assisti a um filme de zumbi, o pequeno Matheus já se interrogava acerca da união entre corpo e alma. O que acontecia com as almas cujos disformes corpos reanimados cometiam atrocidades aqui na terra? E como poderiam os corpos se mover, se suas almas já não mais os habitavam? E, se ainda os possuísse, tais almas, no mínimo, estariam igualmente deformadas.
Tudo bem... É apenas uma ficção de cinema industrial. Contudo, não muito depois, também me perguntava sobre o estado da alma em corpos vegetativos, como aqueles pós-trauma cerebral, sustentados por máquinas e poucos estímulos. Se o corpo só se move com a alma, onde repousam tais almas? É justo que uma santa alma seja condenada pelas atrocidades de seu corpo “zumbificado”? O que resta para a alma de um corpo em estado vegetativo? Ou essas almas se separam do corpo, levando consigo seus pensamentos, ou se definham junto ao mesmo. No primeiro caso, o corpo continua a respirar sem influência da alma enquanto, no segundo, podemos admitir que uma alma não engloba pensamentos.
Uma sincera dúvida ainda permanece: o que acontece com a alma nestes corpos? Ela vai para outro plano e retorna? E como o corpo continua vivo se ela trocou de plano?